Vamos ser honestos, o jogo mudou. Aquela ideia de ter "apenas um emprego" está ficando tão ultrapassada quanto um smartphone de 2010.

E não, não estou falando para você virar influencer ou criar dancinhas no TikTok (a menos que esse seja seu talento oculto, como o Jean Pierre do Instagram).

Falo de construir um caminho de diversificação de receitas, pensando em novas e diferentes fontes. Lembro-me de uma conversa recente, no final do ano, com uma executiva de uma multinacional. Ela estava frustrada porque, apesar de todo seu conhecimento e posição, sentia que estava "presa" em uma única trilha de carreira. "Chris", ela me disse, "tenho tanto a oferecer além do meu cargo atual, mas não sei como expandir sem comprometer meu trabalho". E não é que ela tinha razão? Mesmo que as empresas oportunizem espaços para construir projetos, muito do que ela sabe fica "represado" - achei curiosa a escolha de palavras dela.

O fato é que, de meados de 2009 (quando comecei a trabalhar com especialistas) para cá, tivemos uma revolução profunda. A era digital não só transformou como consumimos informação, mas também como estruturamos nossas carreiras e negócios. Hoje, seu conhecimento pode (e deve) se transformar em múltiplas oportunidades e fontes de receita, mesmo enquanto você mantém seu emprego principal.

O poder da soma

Pense nisso como um portfólio de investimentos, mas para sua carreira. Você não investe todo o seu dinheiro em uma única ação, certo? Então por que fazer isso com seu conhecimento e habilidades? Considere, por exemplo:

• Consultoria

• Palestras e keynotes

• Mentoria externa

• Participação em conselhos consultivos

• Cursos online

• Livros digitais

São todas diferentes fontes de receita. Quer ver um exemplo?

Vamos voltar um pouco no tempo, para 2011, quando tive a mesma conversa com um gestor de uma agência de marketing. Durante o dia, ele liderava um time de criativos em campanhas para uma agência de nicho: gestão de tráfego (na época, chamávamos de publicidade online). Mas ele não fazia somente o seu trabalho regular, não parou por aí.

Utilizando técnicas de Thought Leadership, ele:

1. Começou a fazer vídeos na sua página do Facebook (e depois Instagram).

2. Construiu uma palestra sobre tendências do mercado e ministrou gratuitamente em pequenos eventos e entidades de classe.

3. Escreveu um livro digital, reunindo sua experiência e metodologia.

4. Montou a turma beta de um curso, com alunos convidados, para testar seu conteúdo e obter feedback.

O resultado? Ele não só conquistou mais clientes para sua empresa atual (afinal, quem não quer trabalhar com um líder reconhecido na sua equipe?), mas também abriu portas para oportunidades futuras. E o melhor: cada uma dessas atividades se alimenta mutuamente, criando um ciclo virtuoso de crescimento e reconhecimento.

Ao longo dos próximos 10 anos, ele seguiu firme na execução da estratégia de Thought Leadership, que começou a produzir números de crescimento de seguidores (de 3 mil a mais de 1,4 milhão), faturamento (acima de 25 milhões de reais) e impacto em pessoas (+30 mil profissionais). No caso dele, a receita veio de um misto de cursos online, mentoria, consultoria e palestras. Mas, cada pessoa pode optar pelo caminho com mais fit com suas habilidades.

A estratégia de negócio: o começo de tudo

Também é fato que esses são números fora do comum, extraordinários. A maior parte das +800 pessoas com quem trabalhei não chegou nesses números, entretanto todos conquistaram uma coisa: domínio sobre sua estratégia.

E dominar sua estratégia, dentro da nossa metodologia, significa basicamente três coisas:

1. Humildade para reconhecer onde você está.

2. Visão para saber onde quer chegar.

3. Clareza do que precisa ser feito, etapa por etapa, para ir se aproximando dos seus objetivos.

E eu sinceramente acredito que isso é raro, especialmente no mundo barulhento e confuso de hoje. Por um lado, temos muitas oportunidades. Por outro: temos oportunidades demais. É o tal paradoxo da escolha de Barry Schwartz. A afirmação de que ter muitas escolhas é sempre melhor do que ter algumas escolhas não é sempre verdadeira.

Insights para executores

Se você ainda não souber por onde começar, aqui vão cinco tarefas hands-on (porque teoria sem prática é como café sem cafeína):

1. Faça um inventário de seus conhecimentos e habilidades. Onde você realmente brilha?

2. Identifique 2-3 áreas onde você pode começar a criar conteúdo: onde tenha formação, experiência e interesse genuíno.

3. Comece pequeno. Escrever um artigo por mês no LinkedIn ou dar uma palestra por trimestre já é um ótimo começo.

4. Se está em uma empresa, seja transparente com seu empregador ou sócios. Mostre como suas atividades extras beneficiam a empresa.

5. Comece por conteúdos longos, e não por curtos: na minha experiência, as pessoas tem mais facilidade de falar por 1 hora sobre o que sabem num podcast, do que gravar um Reels para o Instagram de 90 segundos (aliás, o Adam do Instagram avisou que agora o limite é 180 segundos).

Olha, sei que pode parecer assustador diversificar seu modelo de negócios enquanto mantém um outro trabalho. Acredite, já estive aí. Mas a verdade é que o mundo não espera. Ou nos adaptamos, ou ficamos para trás.

Estou curioso: você já está diversificando suas fontes de receita? Como? Compartilhe comigo por onde achar melhor, comentando ou enviando mensagem privada, adoro uma boa conversa.

Chris

PS: eu liberei um treinamento gratuito sobre Liderança de Pensamento em empresas, usando o conceito de Marketing Altruísta. São 20 min de aula, que resumem a minha última década de trabalho e dedicação a esse estudo. Clique aqui para assistir agora (não precisa cadastro).